Conta a
história que no dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica têxtil em Nova
Iorque entraram em greve e ocuparam a fábrica reivindicando redução do horário
de trabalho de 16 horas para 10 horas por dia, além do mais, recebiam cerca de
um terço do salário dos homens. Essas mulheres foram trancadas na fábrica e um
incêndio matou cerca de 130 delas. Em 1910, na Dinamarca, foi realizada uma
conferência internacional de mulheres, onde foi acordada a data de 8 de março
como o Dia Internacional da Mulher, em homenagem àquelas trabalhadoras vítimas
do incêndio. Porém, a data só foi oficializada no ano de 1975 pela ONU. O 8 de
março nasceu com o objetivo de se ter uma renovação constante na luta de
igualdades entre os gêneros.
À medida em
que as mulheres tomam a consciência de seu real valor perante a sociedade,
menor a distância e as desigualdades. Ao longo da história, houve diversas
manifestações grandiosas na luta para os direitos da mulher em todo o mundo,
destacando grandes figuras como Joana d’Arc (chefe militar na França); Maria
Quitéria (símbolo da resistência baiana na luta pela independência); Ada
Lovelace ( considerada a primeira programadora da história, desenvolveu
algoritmos para cálculos); Marie Curie ( única mulher a receber um Prêmio Nobel
na área científica); Valentina Tereshkova ( primeira mulher no espaço);
Margaret Thatcher (primeira ministra do Reino Unido); Christine Lagarde
(primeira mulher no comando do FMI) entre muitos outros exemplos como Madre
Teresa, Zilda Arns, Malala, líderes fortes e atuantes em diversas
áreas que lograram êxito e conquistas importantes para a mulher de 1900 até
hoje.
Então, nada
mais justo que um dia especial destinado somente às mulheres, não acham? Dia de
receber elogios, mimos, flores, presentes e homenagens. Não é à toa que o
comércio já tem esse dia inserido como atividade financeira no mercado, assim
como a páscoa e o natal, desvirtuando o verdadeiro significado das datas em
prol do lucro estimulado pelos veículos midiáticos. Ah, mas os homens também
ganharam um dia no ano, o 15 de julho, alguém sabia? Dia internacional da saúde
do homem. Parece piada, mas existe sim. Será que todos terão um dia especial? E
quando acontecer isso....o que de especial terá? Imagine todo dia ter que
parabenizar ou presentear algum parente ou amigo que faz aniversário, a vida será uma grande festa ou então, mais
provavelmente, vai perder a graça.
Mas, enquanto houver
discriminação e machismo, o dia 8 de março deverá servir de alerta e respiro
para que as mulheres não se deixem subjugar nem retroceder em suas árduas
conquistas. Estou convicto que a igualdade entre os gêneros virá, a passos lentos
ou largos, em suas mais diversas
manifestações. Cabe a todos nós seres humanos, dignos e conscientes em moral e
ética, reprimir qualquer forma de violência às mulheres em qualquer ambiente,
seja profissional ou familiar, denunciando às autoridades competentes e dando
apoio às vítimas. Assim como, fomentar, através de leis, a igualdade no mercado
de trabalho, seja em questão salarial ou de competências e cargos. A nossa
constituição de 88, assim como a ONU, é muito solícita e humanitária, basta
transpor do papel para o cotidiano que, em pouco tempo, o dia 8 de março será
apenas uma data suave e romântica em todo o mundo.
Enfim, poderia
tecer elogios melosos agora e terminar esse texto como um gentleman, mas
prefiro ser realista e expor minha real admiração pelas mulheres fortes que se
dedicam de corpo e alma não ao seu umbigo, mas à dignidade da pessoa humana
como um todo, sem se importar com o politicamente correto, nem muito menos se
igualando aos homens pelo seu lado corrupto, pois de que adianta lutas e brigas
ferrenhas para, no fim, se igualarem pela falta de escrúpulo dos homens que
tanto abominam. A essas mulheres, falsas feministas, apenas o meu repúdio. E
para não ser tão mal humorado, meus parabéns sinceros a todas as mulheres lindas
ou não tão lindas, mulheres de Vinícius ou de Jabor, que no fundo são apenas
meninas crescidas em alma, donas de corpos que nos embriagam os olhos,
possuidoras da chave da paixão, jogadoras no amor e na vida, batalhadoras nas comunidades
e faculdades, administradoras do tempo, mulher Bombril multifunções, que tanto
amamos e desejamos, razão de calvície precoce e de alegria sem fim, tudo junto
e misturado, a única fonte de vida, a própria
razão da existência humana.
Antes de sermos mulheres, devemos recordar que somos humanas, talhadas pelas mãos divinas (para quem crê), assim como nossos semelhantes do sexo oposto. O dia 8 de Março, de fato, deve ser comemorado, mas não apenas o dia como o ano inteiro. Deve-se celebrar a razão de hoje sermos abarcadas pela proteção de Direitos e deveres que o constituinte deu à Carta Magna de 1988, funcionando em sua plenitude cada vez menos no papel e cada vez mais aplicada a nós de forma efetiva. Mas, ainda há muito a ser feito, a ser erradicado em nossa cultura que ainda nos vê como seres inferiores , dominadas por nosso sentimentalismo aflorado, mesmo que se tenha passado quase três séculos de nossa luta. E na necessidade de provar que não estamos nos tornando superprotegidas por leis como o “Feminicídio” e a “Maria da Penha”, mas sim, estamos buscando equidade de espaço e de direitos, afinal, também contribuímos para o crescimento da sociedade como um todo.
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