sábado, 7 de novembro de 2015

Drogas Problema Meu e Seu – Aspectos Sociais e Jurídicos



Realizado no dia 28 de outubro, no Unipê, o minicurso Drogas Problema Meu e Seu – Aspectos Sociais e Jurídicos, foi ministrado pelo ex-policial federal,  escritor, formado em Educação Física, Direito e Psicologia, o  professor Deuzimar Guedes, que abordou sobre a problemática que enfrentamos no cotidiano acerca das drogas, explicando sua classificação como depressoras, alucinógenas, perturbadoras, e os efeitos predominantes de cada droga.
Foram apresentados os aspectos mais comuns no que diz respeito à fabricação, distribuição e comércio das drogas ilícitas em nossa sociedade, bem como o que leva o indivíduo à dependência física e psicológica, onde diversos motivos existem para que o indivíduo embarque nessa onda, não podendo se criar um padrão, daí  a dificuldade de uma política de saúde pública no tocante à prevenção.

A linha tênue ente o amor e ódio que é comum entre paixões doentias, pode ser aplicada na relação do usuário com a droga, no trajeto de experimentação – uso regular – dependência; conselhos são em vão aos apaixonados irracionais, assim também ocorre com quem se ilude nesse caminho perigoso onde alguns só enxergarão a realidade quando se depararem com um grande trauma na sua vida ou na de outrem, e se houver tempo hábil para uma recuperação. Deuzimar também alertou para que não mais diferenciemos as drogas legais das  ilegais – lembrando que o álcool e o tabaco são as drogas mais consumidas e que mais prejudicam em termos quantitativos – ambas são questões de saúde pública que viciam e matam, levando a essa situação de descontrole tanto pelos órgãos públicos, polícia e judiciário, como também pelas famílias dos acometidos por esse drama cada vez mais frequente na vida dos brasileiros. 

Também não se pode continuar na falácia da desigualdade social como motivo de consumo, talvez os toxicômanos de poder aquisitivo mais baixo sejam mais discriminados pela polícia e pela sociedade, mas tem crescido o número de jovens de classe média e ricos consumidores e traficantes, principalmente em determinados tipos de festas onde o consumo é inegável.


Outra grande dificuldade encontrada pela polícia e justiça é quanto à velocidade de síntese de novas drogas no mercado em detrimento a lentidão na atualização da classificação de substâncias proibidas listadas na portaria 344/98, tornando quase uma operação de enxugar gelo quando se trata de tecnologia a favor dos químicos que trabalham para o tráfico. Por isso, Deuzimar é convicto de que a melhor saída ainda para essa problemática são as campanhas educativas sérias e constantes nos veículos de mídia, com a evolução para a descriminalização, ou seja, não tratar o consumidor como criminoso, mas como alguém que precisa de cuidados de saúde física e psicológica, tudo isso para desestimular o consumo e estruturar o nosso sistema de saúde para o tratamento aos usuários  e o nosso sistema jurídico a fim de promover punições cada vez  mais rígidas aos traficantes.

Um comentário:

  1. A lentidão e o aparente despreparo do poder executivo para lidar com situação tão alarmante e de viés emergencial em vias de implodir ainda mais a questão da segurança pública, demonstra que os governantes não apenas são incapazes de tratar o “dever ser” do poder administrativo com maior firmeza e efetividade para com a problemática, estão, no momento, mais preocupados com campanhas eleitoreiras, do que com a situação e que, se não for resolvida a questão da conscientização desde berço, a população cada vez mais estará fadada a um mal sem fim. Culminando com a perda de seus filhos e amigos, de um lado, como usuários, ou de outro, vítimas da violência desenfreada no roubo de bens para a barganha por drogas, cada vez mais pagos com a vida de inocentes.

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